Bebidas energéticas serão proibidas para menores de 16 anos

O governo está planejando uma nova lei na Inglaterra para impedir que qualquer pessoa com menos de 16 anos compre bebidas energéticas como Red Bull, Monster e Prime em lojas, restaurantes, cafés, máquinas de venda automática e online.

Estima-se que até um terço das crianças do Reino Unido consomem esses tipos de bebidas toda semana, apesar da maioria dos supermercados já ter introduzido uma proibição voluntária.

Algumas bebidas populares contêm mais cafeína do que duas xícaras de café.

O secretário de Saúde e Assistência Social, Wes Streeting, disse que estava agindo de acordo com as preocupações dos pais e professores e enfrentando a questão "de frente" para proteger a saúde dos jovens.

Refrigerantes com baixo teor de cafeína, como a Coca-Cola Diet, não são afetados, assim como chá e café.

Uma consulta será realizada durante 12 semanas para reunir evidências de especialistas em saúde e educação, bem como do público, varejistas e fabricantes.

O chef de TV Jamie Oliver alertou diversas vezes sobre os perigos e a perturbação que as bebidas energéticas podem causar, com as crianças chegando à escola "pulando nas paredes" depois de terem tomado bebidas energéticas no café da manhã.

"Estamos falando de três, quatro doses de expresso em uma dessas coisas. Muito açúcar. Um verdadeiro pesadelo", disse ele em um vídeo postado no X no ano passado.

O consumo excessivo está associado a dores de cabeça e problemas de sono.

Muita cafeína pode causar taquicardia, ritmos cardíacos anormais e convulsões.

Embora raro, houve algumas mortes associadas ao excesso de cafeína.

De acordo com as regras de rotulagem atuais, qualquer bebida, exceto chá ou café, com mais de 150 mg de cafeína por litro exige um rótulo de advertência dizendo: "Alto teor de cafeína. Não recomendado para crianças, mulheres grávidas ou lactantes."

Os jovens têm corpos menores e seus cérebros ainda estão em desenvolvimento, o que pode torná-los mais sensíveis à cafeína, dizem especialistas.

Para a maioria dos adultos, até 400 mg de cafeína por dia, ou cerca de quatro xícaras de café instantâneo ou cinco xícaras de chá, é seguro.

"Ao impedir que as lojas vendam essas bebidas para crianças, estamos ajudando a construir as bases para gerações futuras mais saudáveis ​​e felizes", disse o Sr. Streeting.

O professor Steve Turner, presidente do Royal College of Paediatrics and Child Health, disse que a proibição era o "próximo passo lógico" para tornar a dieta das crianças mais saudável.

E a professora Amelia Lake, da Universidade de Teesside, que estudou o impacto das bebidas na vida dos jovens, disse que elas "não têm lugar" na dieta das crianças.

"Nossa pesquisa mostrou as consequências significativas para a saúde mental e física do consumo de bebidas energéticas por crianças.

"Sabemos que essas bebidas fazem parte da cultura jovem e estão associadas a esportes, jogos, música e muito mais, mas faltam sinais claros sobre suas consequências para a saúde."

Mas Gavin Partington, da Associação Britânica de Refrigerantes, disse que os fabricantes já lideraram o caminho com a autorregulamentação.

"Como acontece com todas as políticas governamentais, é essencial que qualquer regulamentação futura seja baseada em uma avaliação rigorosa das evidências disponíveis", acrescentou.

Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales também estão considerando uma proibição.