Longas filas e falta de padrões uniformes. Alivia aponta falhas na implementação do NSO.

- A participação no rastreio e na vacinação contra o HPV está significativamente abaixo das metas – por exemplo, apenas 11% das meninas foram vacinadas em vez dos 60% planeados.
- Há falta de medidas de eficácia, avaliação independente e progresso real na coordenação do atendimento ao paciente.
- O Comité da Saúde aprovou o relatório sobre a implementação do INE, apesar da falta de respostas às perguntas sobre acções correctivas específicas
A Fundação Alivia publicou um relatório resumindo a implementação da Estratégia Nacional de Oncologia (NSO) para 2020-2024. As conclusões são alarmantes: a maioria dos resultados esperados da Estratégia não foi alcançada e, na opinião da Fundação, algumas tarefas foram concluídas apenas "no papel".
Do ponto de vista dos pacientes, pouca coisa mudou desde 2020. Eles ainda esperam em filas, não há padrões uniformes de tratamento e a qualidade do atendimento depende muito de onde vivem. Em termos de cuidados preventivos, estamos a quilômetros de distância da Europa. Apesar disso, em 8 de julho deste ano, a Comissão Parlamentar de Saúde aprovou por unanimidade o relatório sobre a implementação do Sistema Nacional de Reforma da Saúde (NSO) para 2024.
Um em cada quatro de nós desenvolverá câncer e um em cada cinco morrerá por causa dele. A cada ano , mais de 180.000 poloneses são diagnosticados com câncer, e aproximadamente 1,17 milhão de pessoas na Polônia vivem atualmente com câncer. O câncer já é a principal causa de morte entre pessoas em idade produtiva, e o problema está crescendo.
Uma estratégia cheia de promessas não cumpridasA Estratégia Nacional de Oncologia pretendia ser uma resposta abrangente à grave situação dos pacientes poloneses com câncer — um "roteiro" para a oncologia polonesa. Nesse contexto, as conclusões do relatório de implementação da Estratégia Nacional de Oncologia de 2024, elaborado pelo Ministério da Saúde, e o relatório mais recente da Fundação Alivia , "Caixas Marcadas – Promessas Não Cumpridas. Implementação da Estratégia Nacional de Oncologia para 2020-2024 na Perspectiva do Paciente", são particularmente preocupantes. Apesar da conclusão formal de muitas tarefas, os pacientes poloneses com câncer ainda não apresentam melhora real.
Indicadores-chave para a saúde da população, como maior participação em testes de triagem, taxas de vacinação contra HPV e melhor qualidade de diagnóstico e tratamento, não foram alcançados.
Problemas conhecidos há anos e ainda sem soluçõesA Alivia Oncofoundation já havia apontado a baixa qualidade da Estratégia antes mesmo de sua implementação. Hoje, apesar do tempo, muitos problemas permanecem sem solução – como evidenciado por inúmeros exemplos e dados incluídos no último relatório.
Na área de exames de rastreio (área 3 da Estratégia), em 2024, a taxa de frequência para mamografia de rastreio foi de 33%, em vez dos 60% planeados. Para citologia – 11%, em vez dos 60% planeados até ao final de 2024, e para colonoscopia – 14%, em vez de 30%.
Em termos de prevenção primária (área 2 da Estratégia), a cobertura da vacinação contra o HPV atingiu apenas cerca de 11%, com uma meta de 60% esperada até o final de 2024.
Outro exemplo nessa área é a porcentagem de pessoas que usam produtos de tabaco, que está aumentando, e não diminuindo. Em 2022, a porcentagem de fumantes era de 30,8% entre os homens e 27,1% entre as mulheres – e essa tendência está aumentando.
A Área 5 da Estratégia (Investimentos no Sistema de Atenção Oncológica) também deixa muito a desejar. Ferramentas para monitorar o percurso diagnóstico e terapêutico do paciente (cartão e-DILO) ainda não foram implementadas. Apesar das iniciativas formais, um sistema de controle de qualidade eficaz não foi estabelecido na oncologia polonesa, e os pacientes não têm garantia de que o tratamento esteja sendo administrado de acordo com os padrões mais recentes.
Pacientes poloneses com câncer ainda esperam muito tempo por diagnóstico e tratamento e, uma vez iniciados, sua jornada não é monitorada. O último relatório da Fundação de Oncologia Alivia mostra que as tarefas formalmente "marcadas como concluídas" não se traduziram em mudanças reais na vida diária dos pacientes.
“5 Pecados Capitais”, ou os principais erros da Estratégia Nacional de OncologiaUma análise conduzida pela Fundação de Oncologia Alivia identifica cinco erros sistêmicos que não só dificultam o alcance dos objetivos da Estratégia Nacional de Oncologia, como também obscurecem a situação real dos pacientes com câncer na Polônia. Esses "pecados capitais" significam que mesmo tarefas formalmente consideradas concluídas não se traduzem em melhorias reais na qualidade do atendimento.
- 1. Falta de medidas de eficácia e efeitos
Muitas ações receberam o status de "concluídas", apesar de não terem alcançado resultados tangíveis para os cidadãos ou pacientes. Na maioria dos casos, o Ministério da Saúde não divulga as taxas reais de sucesso.
- 2. Mudanças frequentes de prazos e redefinição de metas
Um número significativo de tarefas incluídas no NSO foram adiadas para anos posteriores ou "implementadas" de forma modificada e menos ambiciosa. "Tais ações diluem os objetivos originais da Estratégia e impedem uma avaliação objetiva do progresso", observa a Fundação.
Exemplo: Na versão original do NSO, o conteúdo da tarefa 17.2 dizia: “Até o final de 2020, implementaremos um novo modelo organizacional de atendimento ao paciente (“Unidades de Câncer”) para os principais tipos de câncer: câncer de pulmão, colorretal, ginecológico e urológico”. A resolução que altera a resolução sobre a adoção do NSO a partir de dezembro de 2024 adotou a nova redação: “Implementaremos um novo modelo organizacional de atendimento ao paciente (“Unidades de Câncer”) para os principais tipos de câncer: câncer colorretal em 2021, câncer de pulmão em 2025, câncer ginecológico e urológico em 2026”.
- 3. Formalismo de relatórios
Os relatórios sobre a implementação de NSOs costumam ser puramente formais. As tarefas são consideradas concluídas com base em ações individuais e simbólicas (por exemplo, a criação de materiais informativos ou a condução de um projeto piloto), em vez da implementação de soluções sistêmicas e duradouras disponíveis para pacientes em todo o país.
- 4. Desigualdades regionais e acesso limitado
O acesso a diagnósticos, tratamentos e apoio psicológico modernos para pacientes com câncer continua sendo profundamente díspar geograficamente. Muitas soluções implementadas no âmbito do NSO operam apenas em voivodias ou instalações selecionadas, o que significa que o local de residência frequentemente determina a qualidade do tratamento.
- 5. Falta de avaliação externa independente
A avaliação da implementação da Estratégia cabe exclusivamente ao Ministério da Saúde. Há uma falta de monitoramento externo contínuo do progresso, envolvendo organizações de pacientes e especialistas independentes. Sem uma avaliação transparente e objetiva, é impossível responder com segurança à questão de se o INE realmente produzirá resultados tangíveis.
Formalismo político e a triste realidade dos pacientesEm 8 de julho deste ano, o Comitê Parlamentar de Saúde adotou por unanimidade o relatório sobre a implementação do Programa Nacional de Responsabilidade Social (NSO) para 2024. Ao apresentar o documento, o vice-ministro Marek Kos se concentrou principalmente nas tarefas concluídas em 2024. Ele não abordou nem respondeu a uma pergunta feita pela Alivia Oncofoundation sobre quais estratégias e ações adicionais o Ministério da Saúde empreenderia para atingir os resultados esperados planejados no NSO.
Uma análise da implementação da Estratégia Nacional de Oncologia para 2020-2024 mostra claramente que, onde os pacientes deveriam sentir mudanças reais, elas ainda são insuficientes. Nas áreas onde a implementação da Estratégia Nacional de Oncologia deveria ser mais perceptível – diagnóstico rápido, acesso igualitário ao tratamento e coordenação profissional do caminho do paciente – as soluções necessárias são extremamente escassas, de acordo com um relatório de uma organização de pacientes.
"Reformas no papel não vão melhorar a situação da oncologia polonesa. Precisamos de mudanças reais que se traduzam em tempos de espera mais curtos, diagnósticos mais rápidos e tratamentos mais eficazes. Até que isso aconteça, não podemos considerar a Estratégia Nacional de Oncologia um sucesso", comenta Joanna Frątczak-Kazana, Diretora Adjunta da Fundação Alivia de Oncologia.
O relatório completo, "Tarefas Realizadas - Promessas Não Cumpridas. Implementação da Estratégia Nacional de Oncologia para 2020-2024 na Perspectiva do Paciente", está disponível no site da Fundação Alivia.
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