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Alergias em crianças não são apenas coriza – elas são um caminho para a asma que pode e deve ser interrompida.

Alergias em crianças não são apenas coriza – elas são um caminho para a asma que pode e deve ser interrompida.

O contato com esses fatores pode causar uma série de sintomas incômodos, resultando na chamada marcha alérgica, podendo levar ao desenvolvimento de asma alérgica. No entanto, esse processo pode ser interrompido – graças ao tratamento causal eficaz, é possível não apenas melhorar a qualidade de vida dos pacientes mais jovens, mas também inibir o desenvolvimento da asma.

O impacto das alergias inalatórias na criança e na sua família

Alergias a inalantes são doenças crônicas que afetam tanto as crianças quanto suas famílias, afetando o funcionamento diário e a qualidade de vida. Sintomas como tosse persistente, coriza, conjuntivite ou problemas de sono levam à fadiga crônica e dificuldade de concentração. Isso, por sua vez, afeta não apenas o bem-estar diário da criança, mas também seu desempenho na escola e seu progresso acadêmico. Infecções frequentes e exacerbações de sintomas resultam em inúmeras ausências em instituições de ensino.

– Crianças que sofrem de alergias frequentam instituições com grande irregularidade: vão para a creche, jardim de infância ou escola por uma semana e depois ficam doentes por semanas. Isso leva a atrasos no aprendizado e isolamento dos colegas, diz Małgorzata Sosnowska, mãe de gêmeos cujos testes revelaram uma alergia muito forte a ácaros.

Embora as crianças sejam mais propensas a sofrer com os sintomas de alergia, os efeitos são sentidos por toda a família. A vida cotidiana exige enorme comprometimento e atenção redobrada dos pais. Além disso, há custos: consultas com especialistas, exames diagnósticos, medicamentos e compra de equipamentos especializados. Para muitas famílias, esse é um sério desafio financeiro que se torna cada vez mais difícil de lidar com o tempo.

– Os gastos com medicamentos são um peso enorme no nosso orçamento doméstico. E só temos um filho! É difícil para mim imaginar como lidaríamos com uma família maior - diz Ewelina Świonder, mãe de um menino alérgico a pólen, fungos Alternaria , e que também sofre de alergias cruzadas.

No entanto, a alergia a inalantes não é apenas um desafio organizacional e financeiro, mas também um enorme fardo emocional para as crianças e seus pais. Doenças crônicas, infecções recorrentes e exacerbações graves dos sintomas tornam-se uma fonte de estresse e ansiedade diários em relação à saúde da criança.

– No ano passado a situação era realmente grave. Meu filho teve uma reação alérgica tão grave que desenvolveu úlceras nas córneas. Os médicos minimizaram o problema por muito tempo – disseram que era simples conjuntivite. Se não tivéssemos ido a um oftalmologista particular naquela época e recebido um encaminhamento imediato para o hospital, meu filho poderia ter perdido a visão. As úlceras estavam literalmente a milímetros da zona de visualização. Se eles se movessem um pouco mais alto, as mudanças seriam irreversíveis. Desde então, até os menores sintomas conjuntivais me causam enorme estresse. Ele já esteve perto de perder a visão uma vez. Não posso arriscar uma segunda vez – acrescenta Ewelina Świonder.

Terapia medicamentosa – tratar os sintomas, mas não a causa

O tratamento mais comum para alergias a inalantes é a farmacoterapia – principalmente anti-histamínicos e glicocorticosteroides, que ajudam a controlar os sintomas. Embora sejam eficazes, seu uso a longo prazo — especialmente em crianças — pode estar associado a efeitos colaterais graves, como ganho de peso, hiperatividade, problemas de pele, maior suscetibilidade a infecções ou até mesmo crescimento atrofiado. Além disso, apesar do tratamento sintomático, a doença em si progride – novos sintomas aparecem e o corpo começa a reagir a novos alérgenos. Com o tempo, alergias a inalantes não tratadas podem levar ao desenvolvimento de asma.

Imunoterapia com alérgenos – o único método eficaz de tratamento causal

As terapias sintomáticas atualmente disponíveis costumam ser eficazes no alívio dos efeitos da doença, mas não eliminam sua causa. O único método de tratamento causal é a imunoterapia com alérgenos, ou seja, a dessensibilização. Envolve a administração controlada de um alérgeno, o que leva à "acostumar" gradual do sistema imunológico e à redução da hipersensibilidade do corpo. Como resultado, os sintomas de alergia podem ser significativamente aliviados ou completamente eliminados, melhorando a qualidade de vida das crianças e suas famílias.

Geralmente, o tratamento de dessensibilização é administrado por um período de 3 a 5 anos. No caso de alergias sazonais, a imunoterapia específica é realizada por várias estações em anos sucessivos, mas os primeiros efeitos positivos podem ser notados após apenas algumas semanas de uso. Estudos clínicos confirmam sua eficácia.

-A eficácia da imunoterapia com alérgenos é muito alta. No caso de alergias ao pólen de árvores ou gramíneas, chega a 80-86%, e aos ácaros da poeira doméstica – 73-76%. Além disso, muitos anos de pesquisa científica aprofundada indicam seus efeitos a longo prazo, mesmo após a interrupção da intervenção após o término do tratamento – enfatiza o Dr. Witold Bartosiewicz, médico alergologista que realiza imunoterapia com alérgenos há muitos anos, ajudando assim muitos pacientes com sintomas alérgicos graves.

A imunoterapia com alérgenos pode ser realizada de duas formas: subcutânea, ou seja, injeções, e sublingual. Devido ao risco de choque anafilático, a administração de injeções exige que cada visita ao consultório médico seja supervisionada por um especialista, enquanto a terapia sublingual pode ser usada de forma independente em casa, o que a torna mais conveniente para os pacientes. O alto perfil de segurança, eficácia e efeitos duradouros do tratamento levaram a imunoterapia a ser reconhecida pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e pela Sociedade Polonesa de Alergologia como padrão no tratamento de alergias.

Imunoterapia com alérgenos como prevenção da asma

A imunoterapia com alérgenos não é apenas um método eficaz de tratamento de alergias, mas também uma estratégia fundamental para prevenir a asma alérgica. Estudos mostram que o risco de desenvolver asma brônquica é muito menor em crianças submetidas a imunoterapia em comparação com crianças tratadas apenas sintomaticamente.¹ É por isso que especialistas em alergologia e pneumologia enfatizam que a imunoterapia deve ser percebida não apenas como um tratamento para os sintomas, mas como um investimento de longo prazo na saúde dos pacientes mais jovens. Quanto mais cedo for implementado, maior a chance de interromper a marcha alérgica antes que ela se transforme em asma.

– Quando eu era criança, ninguém diagnosticou minha alergia nem iniciou tratamento, o que levou a sérias consequências para a saúde. Alergias não tratadas ou tratadas de forma inadequada podem levar à asma, uma doença que eu não desejaria a ninguém. É por isso que procuro especialistas para meus filhos que tenham conhecimento moderno e que não banalizem seus sintomas, declara Małgorzata Sosnowska.

Infelizmente, atualmente o reembolso cobre apenas alguns pacientes com alergias a inalantes. Crianças de 5 a 12 anos só podem usar preparações injetáveis ​​gratuitamente, enquanto a terapia sublingual eficaz e conveniente continua totalmente paga.

Especialistas recomendam estender o escopo de reembolso para terapia sublingual para crianças a partir de 5 anos de idade. A possibilidade de tratamento em casa não só reduz o estresse nos pacientes mais jovens, mas também alivia a carga dos pais, ao mesmo tempo que garante a eficácia e a segurança da terapia.

– A terapia subcutânea é reembolsada, mas mesmo que conseguíssemos encontrar um médico que a fizesse não muito longe de nossa residência, ainda haveria a questão das visitas frequentes ao médico, o que, é claro, envolveria não apenas a ausência do meu filho das instituições de ensino, mas também meu tempo de folga do trabalho. Além disso, as injeções são muito estressantes para meu filho. Depois de experiências médicas difíceis anteriores, cada picada causa nele muita ansiedade. Os especialistas com quem consulto remotamente recomendam a imunoterapia sublingual – mais conveniente, menos invasiva e pode ser administrada em casa. Infelizmente, não é reembolsável. O custo seria um fardo enorme para o nosso orçamento doméstico – diz Ewelina Świonder sem esconder suas preocupações.

Atualmente, há duas formas de imunoterapia sublingual disponíveis no mercado: comprimidos e gotas de solução. Para os mais jovens, a terapia com solução é particularmente recomendada devido à possibilidade de ajuste da dose, à conveniência de uso e ao alto nível de segurança.

– A forma de solução é utilizada dosando precisamente um número específico de aplicações sob a língua. Alguns pacientes, especialmente crianças menores ou pessoas com mucosa oral particularmente sensível, toleram esta solução melhor do que comprimidos sublinguais e acham a aplicação nesta forma mais confortável. Para mim, como praticante, também é importante que esta forma permita um aumento gradual da dose, o que me dá maior controle sobre a adaptação do corpo à terapia, diz o Dr. Witold Bartosiewicz.

A extensão do reembolso da imunoterapia não só permitiria um tratamento mais eficaz de alergias a inalantes em crianças, mas, acima de tudo, reduziria o número de novos casos de asma no futuro, trazendo benefícios tanto aos pacientes quanto ao sistema de saúde. A imunoterapia é um investimento na saúde e no futuro do seu filho. Quanto mais cedo for iniciado, maior a chance de interromper a progressão da doença antes que ela se torne mais perigosa.

1. https://www.euforea.eu/aria/

Autora: Aniela Masna

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