A Rádio Aconcágua relata sérios problemas estruturais na Escola de Belas Artes.

A presidente do centro estudantil, Valentina Cuello, contou à Rádio Aconcagua como os estudantes convivem com ratos, esgotos entupidos e móveis quebrados.
As vozes dos estudantes da Escola Provincial de Belas Artes repercutiram fortemente nas redes sociais, onde circularam imagens mostrando a deterioração do prédio: paredes manchadas, esgotos transbordando, móveis quebrados, falta de luz e até mesmo a presença de roedores.
A situação gerou preocupação entre professores, pais e alunos. Em entrevista àRádio Aconcagua , Valentina Cuello, presidente do grêmio estudantil, afirmou que "essa situação, que veio à tona com a ocupação das salas de aula, não foi organizada apenas pelo grêmio estudantil, mas também pela comissão de representantes estudantis, que consiste em dois representantes por série. É algo que afeta toda a escola : todas as séries estão cientes disso e todos nós convivemos com esses problemas. As mesmas queixas surgem em todas as reuniões porque é a nossa realidade diária."
De acordo com Cuello, a deterioração dos móveis é uma das principais preocupações.
"Há algumas coisas muito antigas, e a escola não recebe materiais novos. Por exemplo, em uma das oficinas de pintura, há uma pia de plástico, como aquelas de bebedouro de escola primária, onde temos que lavar nossos pincéis. O ralo entope o tempo todo porque não foi projetado para isso. Na oficina de escultura, há uma pia especial que funciona, mas quando uma delas não está em boas condições, acaba afetando todo o sistema de esgoto", explicou ele.
A isso se soma a falta de iluminação em algumas salas de aula e a falta geral de manutenção. "Não havia luz no departamento de pintura e, muitas vezes, os reparos são feitos com contribuições dos próprios professores ou das famílias", acrescentou.
—Estamos falando do prédio localizado no cruzamento das ruas Pedro Molina e Patricias Mendocinas, ao lado da Casa do Governo?
—Sim, é esse mesmo. O histórico Museu de Belas Artes da província — confirmou ele.
—Quando esses problemas começaram a surgir e quando ocorreu o protesto com ocupação?
"Tudo começou numa sexta-feira, depois de uma reunião de delegados no dia anterior. Realizamos a reunião na quinta-feira e, na sexta-feira, redigimos uma carta à diretora com todas as nossas reivindicações, que foi assinada por todas as turmas que quiseram assinar. Enviamos a carta no mesmo dia e ela respondeu à tarde. Mas a resposta não foi muito útil, porque é sempre a mesma: que a escola não pode resolver o problema e que depende da DGE", explicou Cuello.
—Qual foi a resposta do diretor?
—Eles nos entregaram uma carta de três páginas. Nela, reconhecem que ouviram nossas reclamações e que os incidentes estão sendo relatados ao sistema de infraestrutura para que a DGE (Direção Geral de Educação) possa intervir. Mas é sempre a mesma coisa: dizem que precisam fazer um levantamento, aprovar orçamentos… e, enquanto isso, nada muda. A carta também menciona que algumas situações já foram resolvidas, mas não é o caso. Continuamos na mesma situação.
O protesto finalmente aconteceu em 21 de outubro, coincidindo com um dia institucional chamado Escola da Diversão, uma atividade anual na qual os professores propõem oficinas lúdicas e criativas em diferentes disciplinas.
"Aproveitamos aquele dia porque sabíamos que as pessoas viriam. Queríamos que elas vissem a situação real da escola. Não queríamos interromper as aulas nem deixar de frequentá-las: continuamos vindo todos os dias, apesar de tudo. Alguns de nós ficam aqui das oito da manhã às seis e meia da tarde", disse ele.
Os estudantes enfatizam que seu protesto não é um ato isolado, mas um grito de socorro diante do estado deplorável de uma instituição emblemática da cena artística de Mendoza. "Não queremos parar de ir à escola", diz Valentina, "mas também não queremos continuar estudando em meio a goteiras, paredes sujas e ratos."
Ouça a entrevista completa aqui e você pode ouvir a rádio ao vivo em www.aconcaguaradio.com
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