Turquia: Por que Antalya proíbe fotos de férias com papagaios, macacos e outros animais?

Penas coloridas, flashes de câmeras, turistas felizes – durante décadas, fotos de papagaios eram uma cena comum nos resorts de Antalya. Isso acabou: a administração provincial proibiu o uso de animais selvagens para fotografia.

Enquanto ativistas dos direitos dos animais na Turquia acolhem a decisão como um passo importante contra o sofrimento animal, representantes da indústria turística local alertam para enormes perdas financeiras e consideram todo um setor em perigo.

A proibição foi desencadeada por uma carta do Diretor de Cultura e Turismo de Antalya , Candemir Zoroğlu. Nela, ele afirmava que havia um número crescente de reclamações sobre o uso comercial de animais selvagens, como papagaios, macacos e iguanas. A Direção-Geral de Conservação da Natureza e Parques Nacionais, consequentemente, proibiu o uso desses animais para fins de fotografia, filmagem e publicidade.

As autoridades justificam a proibição com evidências de maus-tratos e posse ilegal dos animais. Além disso, papagaios, macacos e outros animais exóticos semelhantes são considerados animais selvagens pela legislação turca e, portanto, não podem ser utilizados para fins comerciais. A província pretende que essa medida transmita uma mensagem sobre bem-estar animal e turismo sustentável. No entanto, o setor turístico está criticando duramente a proibição.

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Em uma reunião da Câmara de Comércio e Indústria de Antalya (ATSO), o membro do conselho Halil Öztürk soou o alarme: ele estimou que a nova proibição poderia causar prejuízos entre 3 e 6 milhões de euros. Fotógrafos especializados em fotos de lembrança com animais exóticos em hotéis seriam particularmente afetados.

As famílias apreciavam especialmente as aves coloridas, diz Öztürk. "Os melhores dias de vendas são aqueles em que há papagaios presentes", disse ele ao jornal turco " Hürriyet ". O modelo de negócios de muitos fotógrafos envolve alugar espaço em complexos hoteleiros para oferecer seus serviços. O papagaio era um símbolo de alegria festiva – e um tema que garantia lucro.

Öztürk enfatizou que a economia de Antalya depende em cerca de 70% do turismo. Restrições para viajantes, como a atual proibição de fotografias, ameaçam diretamente os meios de subsistência. Isso inclui não apenas o sustento dos fotógrafos, mas também o dos hoteleiros, que provavelmente alugarão menos espaço para sessões de fotos no futuro.

Öztürk também rejeita as críticas à decisão em relação ao bem-estar animal. Ele afirma que os animais são cuidados por instalações especializadas e vacinados regularmente. Segundo ele, as fotos com os turistas não são de forma alguma crueldade contra os animais, mas simplesmente um serviço. Ativistas dos direitos dos animais, e provavelmente os próprios papagaios, macacos e iguanas, provavelmente veriam as coisas de maneira diferente.

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