O que os médicos de família estão fazendo agora para continuarem a atuar apesar da escassez de pessoal

O setor de saúde está sob pressão: tempos de espera mais longos e funcionários sobrecarregados são uma realidade diária em muitos consultórios. O clínico geral Christoph Nitsche explora as causas e sugere possíveis soluções.
A escassez de assistentes médicos (AMMs) está tendo um impacto significativo na prática clínica diária. Muitos consultórios são forçados a reduzir o horário de funcionamento ou limitar a oferta de serviços. Para os pacientes, isso significa tempos de espera mais longos – tanto por telefone quanto para agendar consultas.
Os MFAs restantes enfrentam o desafio de gerenciar tarefas médicas e administrativas simultaneamente. Essa dupla carga frequentemente gera estresse, sobrecarga e insatisfação, o que muitas vezes leva à consideração de uma mudança de carreira.
Para os consultórios, isso resulta em uma redução significativa no tempo disponível para o atendimento real aos pacientes. Ao mesmo tempo, a pressão organizacional para manter as operações aumenta.
As soluções iniciais incluem o aumento do uso da digitalização, como sistemas de agendamento de consultas online ou assistentes telefônicos, bem como melhores remunerações e reconhecimento da profissão. Oportunidades de educação continuada direcionadas também podem ajudar a tornar a profissão mais atraente. A longo prazo, porém, o apoio político é essencial para alcançar melhorias sustentáveis e proteger o atendimento ambulatorial de novos gargalos.
O Dr. Christoph Nitsche é especialista em clínica médica e medicina de emergência. Concluiu sua residência no Marienhospital Euskirchen, especializando-se em cardiologia e medicina de emergência. Após vários anos de prática clínica, mudou para clínica geral. Desde 2024, ele está baseado em Meckenheim-Merl, onde dirige o consultório "Praxis am Dorfplatz" com um colega. Nitsche também continua trabalhando como médico emergencista nos serviços médicos de emergência.
A escassez de pessoal em consultórios médicos representa um fardo significativo. Na prática clínica geral, a escassez de assistentes médicos (AMMs) está resultando em tempos de espera mais longos, aumento de tarefas burocráticas e menos tempo para o atendimento aos pacientes. Os médicos estão cada vez mais tendo que assumir tarefas organizacionais, como gerenciamento telefônico ou faturamento, o que limita seu trabalho médico principal e prejudica a eficiência do atendimento.
Os efeitos também são perceptíveis no pronto-socorro: consultórios sobrecarregados ou que precisam recusar atendimento estão levando um número cada vez maior de pessoas com queixas sem urgência a recorrer aos prontos-socorros. Isso sobrecarrega a capacidade da medicina de emergência e dificulta o atendimento de emergências genuínas. O resultado é um ciclo de estresse crescente para a equipe médica, piora na qualidade do tratamento e aumento do risco de lacunas no atendimento.
A escassez de assistentes médicos (MAs) tem implicações de longo alcance para o atendimento ao paciente, tanto em clínicas de atenção primária quanto em áreas especializadas, como a cardiologia. Nas clínicas de atenção primária, essa escassez leva a tempos de espera mais longos, dificuldades para contatar os pacientes por telefone e, em alguns casos, até mesmo à interrupção das internações. Isso afeta particularmente pessoas com doenças crônicas e idosos, pois a continuidade de seus cuidados médicos é prejudicada.
As consequências são igualmente graves em consultórios especializados. A escassez de pessoal reduz o tempo disponível por paciente e, muitas vezes, obriga os consultórios a restringir seu horário de funcionamento. Para os pacientes, isso dificulta o agendamento de consultas, o que é particularmente problemático para condições cardiológicas, que muitas vezes exigem diagnósticos e tratamentos oportunos.
A disponibilidade limitada de consultas especializadas também leva a uma transferência da carga para os prontos-socorros. Muitos pacientes os procuram como último recurso, aumentando ainda mais a pressão sobre um sistema de saúde já sobrecarregado. O resultado é uma deterioração perceptível na qualidade do atendimento e na segurança do paciente – um problema que é ainda mais agravado pela escassez de profissionais qualificados.
No curto prazo, a escassez de pessoal em consultórios médicos só pode ser mitigada por meio de uma combinação de alívio, valorização e melhoria da organização. Isso inclui, acima de tudo, uma melhora financeira significativa para os assistentes médicos, sinais claros de reconhecimento e a rápida redução da burocracia por meio de soluções digitais, como agendamento de consultas online ou assistentes telefônicos. O aumento do uso de assistentes de cuidados de suporte (AVAs) ou gerentes de consultório também pode ajudar a otimizar os processos.
Ao mesmo tempo, funcionários externos – por exemplo, em faturamento, TI ou telefone – poderiam assumir tarefas em curto prazo, permitindo que médicos e assistentes médicos tivessem mais tempo para o atendimento direto aos pacientes. Isso reduziria a pressão sobre a prática diária até que medidas de longo prazo, como iniciativas de treinamento ou o reconhecimento de especialistas estrangeiros, entrassem em vigor.
A longo prazo, uma série de medidas é necessária para tornar a profissão de assistente médico mais atraente. Uma remuneração significativamente melhor, que reflita as responsabilidades da prática diária, é crucial. Igualmente importantes são planos de carreira claros por meio de educação e treinamento continuados, por exemplo, para se tornar um assistente de saúde ou gerente de clínica, bem como um melhor apoio financeiro para essas qualificações.
As condições de trabalho também desempenham um papel importante: menos burocracia, mais suporte digital, horários de trabalho flexíveis e interação respeitosa na prática diária. Um trabalho de relações públicas direcionado – por exemplo, por meio de campanhas de imagem e orientação profissional inicial em escolas – também pode atrair mais jovens talentos. Isso restabelecerá a profissão como o que ela realmente é: um núcleo indispensável do atendimento ambulatorial.
A digitalização e a automação podem reduzir significativamente a carga de trabalho dos consultórios. Agendamentos online, formulários digitais de histórico médico e receitas eletrônicas reduzem a carga de trabalho administrativo e liberam médicos e assistentes médicos para se concentrarem mais no atendimento ao paciente. Assistentes telefônicos automatizados ou chatbots também podem ajudar a lidar com consultas de rotina e melhorar a acessibilidade.
É importante observar que a digitalização não substitui os cuidados pessoais, mas cria liberdade ao assumir tarefas comuns. Isso permite que médicos e assistentes médicos concentrem sua energia onde ela é mais necessária: no contato direto com os pacientes.
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