Os vapes 'transparentes' são piores para a pressão arterial e aqui está o porquê

Cientistas descobriram que os vapes "transparentes" são piores para a pressão arterial e a frequência cardíaca do que os produtos não transparentes.

Esses cigarros eletrônicos incluem compostos sintéticos refrescantes que ativam o mesmo receptor refrescante do mentol, sem odor de menta.

A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Yale e da Universidade de Boston, avaliou um grupo de participantes com idades entre 18 e 45 anos.

Antes de serem testados, os participantes fizeram jejum de alimentos e cafeína e se abstiveram de tabaco e exercícios por seis horas.

Em seguida, eles deram uma tragada de três a quatro segundos a cada 30 segundos, durante dez minutos. A pressão arterial e a frequência cardíaca foram medidas dez minutos após a exposição.

As medidas basais foram semelhantes entre usuários de cigarros eletrônicos com e sem sabor "transparente". No entanto, após a exposição, aqueles que usaram os cigarros eletrônicos "transparentes" apresentaram um aumento maior na pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, pressão arterial média e frequência cardíaca.

O monitoramento de novos produtos é "extremamente necessário para maximizar o impacto das proibições de sabores e proteger adolescentes e jovens adultos", concluiu o estudo.

No início desta semana, um estudo da Universidade de York e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres descobriu que crianças que usam cigarros eletrônicos têm três vezes mais chances de se tornarem fumantes.

Su Golder, professora associada de ciências da saúde na Universidade de York, afirmou: “A consistência das evidências é impressionante. Em diversos estudos, jovens que usam cigarros eletrônicos têm maior probabilidade de fumar no futuro. Essas descobertas corroboram medidas mais rigorosas de saúde pública para proteger os adolescentes dos riscos associados ao uso do cigarro eletrônico.”

O estudo também constatou que diversos estudos mostraram ligações entre o uso de cigarros eletrônicos e asma, tosse e irritação das vias aéreas. Especialistas também indicaram possíveis ligações entre o uso de cigarros eletrônicos e uma série de problemas de saúde, como o uso de drogas e problemas de saúde mental, como depressão. O Dr. Greg Hartwell, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, afirmou que a equipe encontrou "evidências consistentes sobre a transição para o tabagismo, o que, por sua vez, abre caminho para a infinidade de malefícios que os cigarros convencionais trazem".

A partir de 1º de junho deste ano, tornou-se ilegal para empresas no Reino Unido vender ou fornecer vapes descartáveis. O governo alegou preocupações ambientais, explicando: "Além de serem desagradáveis ​​à vista, os vapes descartados têm um impacto extremamente prejudicial ao meio ambiente e à vida selvagem. Animais como pássaros, peixes e mamíferos marinhos podem confundir vapes com comida e ingerir substâncias químicas tóxicas."

O governo também disse que a proibição ajudaria a conter o aumento do uso de vaporizadores por jovens, já que mais da metade das crianças que usam vaporizadores relataram que os modelos "descartáveis" eram seus produtos de escolha.