Gambá é imune a veneno de escorpião e ajuda no controle, diz biólogo

Os gambás, também conhecido como saruês ou timbus, estão entre os poucos animais naturalmente imunes ao veneno nefrotóxico dos escorpiões. De acordo com o biólogo Fabiano Soares, essa característica única os transformam em importantes agentes de controle natural desses aracnídeos, especialmente nas áreas urbanas.
“Eles têm no plasma sanguíneo proteínas capazes de neutralizar a peçonha do escorpião“, salienta Soares. “Para eles, comer um escorpião é como comer qualquer outro alimento. Não tem efeito no organismo.”
A coincidência de hábitos noturnos entre os gambás e os escorpiões também favorece o comportamento predador. “Enquanto muitos animais evitam os escorpiões, os gambás os caçam com facilidade e são capazes de lidar até com outras presas perigosas, como aranhas e até mesmo cobras venenosas”, afirma.

Além do controle direto, o biólogo destaca a importância da gestão do lixo doméstico. “Quando o lixo está mal acondicionado, atrai baratas, que sua vez atraem escorpiões. E esse mesmo lixo pode atrair gambás. O problema é que, ao encontrar restos de comida fáceis, eles preferem isso e caçam menos escorpiões.”
Ou seja, manter o lixo bem fechado tem dois benefícios: evita a proliferação de baratas e escorpiões e incentiva gambás a manterem sua dieta natural, ajudando no equilíbrio ecológico.







O escorpião com patas rajadas é um dos mais comuns no Distrito Federal
© Divulgação/Ministério da Saúde
Comum no Brasil, o escorpião-amarelo é extremamente venenoso
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Elas também podem consumir escorpiões pequenos
Divulgação/Léo Noronha/Fundação Ezequiel Dias (Funed)
Os escorpiões amarelos são nocivos à saúde humana
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O escorpião pode se esconder em diferentes lugares da casa
Getty ImagesMuitas vezes confundido com ratos, o gambá é um marsupial, parente distante dos cangurus, e não representa ameaça para os humanos. “Eles andam pelas árvores, exploram os quintais à noite, e muitas vezes nem percebemos. Mas estão lá, prestando um serviço ecológico valioso”, finaliza o biólogo.
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