75 alunos do secundário cientistas por uma semana na FCUL

Enquanto futuros candidatos a entrar numa área no mundo das engenharias, e sentindo uma grande atração pela investigação, os quatro jovens que conversaram com o Observador tiveram a oportunidade de falar também com professores, alunos e investigadores ao longo da semana. No “Speed Dating com cientistas”, no segundo dia de atividades, Carolina recorda uma conversa que teve com um dos investigadores presentes, pertencente ao Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. “Perguntámos o que investigavam e o que faziam exatamente, e lembro-me de que [um deles] respondeu que solucionavam enigmas e puzzles”, conta a jovem estudante.
As perguntas eram muitas, em pouco tempo disponível. Para João e Maxime, a abordagem foi diferente: perceber concretamente como era o dia-a-dia de um investigador. “Quisemos saber o que é que fazia todos os dias, como funcionava o seu trabalho — o conceito de ter um projeto para fazer até uma certa data, poder gerir o seu próprio tempo, ir ou não para a universidade trabalhar. Essa foi das partes mais importantes do “Speed Dating“, responder a esta pergunta”, confessam. Como a procura excedia a oferta de especialistas no evento, os dois jovens admitem que, com algumas perguntas ainda por responder, ficaram à espera de que as filas vazassem para pedir mais informações.
[Horas depois do crime, a polícia vai encontrar o assassino de Issam Sartawi, o dirigente palestiniano morto no átrio de um hotel de Albufeira. Mas, também vai descobrir que ele não é quem diz ser. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o segundo episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E ouça o primeiro aqui]
Lourenço, com uma profissional do setor na mesma casa, admite que não estava tão interessado em perceber o quotidiano de um investigador, mas sim os trabalhos que estavam a realizar. “Toda a minha vida experienciei a vida de investigador. A minha mãe é investigadora aqui na faculdade, então conheço as dificuldades que existem em ser investigador em Portugal”, continua o estudante que passou agora para o 11.º ano. Ciente dos procedimentos para se poder avançar com projetos de investigação no nosso país — “É preciso ganhar concursos para depois ter investimentos” —, Lourenço assume que neste momento, esta é a carreira que pretende seguir. Este sentimento é algo que é partilhado por todos os jovens consultados, apesar de não terem ainda “ideias concretas” sobre o que envolve a carreira de investigação científica em Portugal.
“A minha expectativa era de que nos mostrassem o que é a faculdade e, nesse sentido, a experiência encaixa bem naquilo de que eu estava à espera. Está a mostrar-nos muito bem o tipo de trabalho que os investigadores e os alunos fazem”, continua João, admitindo que a experiência está a conseguir transmitir “uma boa ideia daquilo que vão viver no futuro”. Sobre a vida académica, os colegas do Barreiro mencionam um outro programa, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde tiveram a oportunidade de aprofundar a vivência enquanto alunos na licenciatura de Engenharia Física. “Não era um projeto específico, era explorar um curso“, explicam.
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