Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Portugal

Down Icon

Economia moçambicana soma terceiro trimestre de queda

Economia moçambicana soma terceiro trimestre de queda

A economia moçambicana recuou 0,94% de abril a junho, face ao mesmo período de 2024 e pelo terceiro trimestre consecutivo, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Moçambique.

De acordo com o relatório do INE sobre as Contas Nacionais, o Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) registou “uma variação negativa de 0,94%” no segundo trimestre, “perfazendo um acumulado de menos 2,40%” nos primeiros seis meses de 2025.

No primeiro trimestre de 2025 registou-se uma queda de 3,92% do PIBm e no quarto trimestre de 2024 um recuo de 5,68%, em ambos os casos no período de forte agitação social, com protestos generalizados em todo o país, na sequência das eleições gerais de 9 de outubro.

Antes, no terceiro trimestre de 2024, o PIBm de Moçambique tinha crescido 5,58%.

O desempenho da atividade económica no segundo trimestre de 2025 “é atribuído, em primeiro lugar, ao setor secundário”, que recuou 13,87%, “com maior destaque” para o ramo de Eletricidade, Gás e Distribuição de Água, com variação de menos 29,36%, seguido da Indústria Manufatureira, com uma variação de menos 9,44%, e pela construção, que recuou 2,21%.

Ocupa a segunda posição o setor terciário, com variação negativa de 1,88%, desde logo “induzido pelo ramo de Hotéis e Restaurantes”, que caiu no segundo trimestre 11,34%, seguido pelo ramo de Comércio e Serviços de Reparação, com menos 5,90%, e pelos Transportes, Armazenagem e Atividades auxiliares dos transportes e Informação e Comunicações, com menos 3,44%.

O Governo moçambicano prevê um crescimento do PIB de 2,9% em 2025, revisto em baixa face à estimativa de 5%, divulgada antes das eleições. Em 2024, segundo dados preliminares anteriores do Executivo, a economia moçambicana cresceu 1,85%, contra a previsão anterior às eleições de 5,5%.

Moçambique viveu cerca de cinco meses de tensão social, com manifestações, greves e barricadas em ruas de várias cidades, sobretudo Maputo, inicialmente em contestação aos resultados eleitorais de 9 de outubro, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Os protestos degeneraram em violência com a polícia e provocaram cerca de 400 mortos, bem como a destruição e saque de infraestruturas públicas e em empresas.

Em 23 de março, Daniel Chapo e Venâncio Mondlane, candidato presidencial que não reconhece os resultados das eleições gerais de outubro, encontraram-se pela primeira vez e assumiram o compromisso de acabar com a violência, tendo voltado a reunir-se em 21 de maio com uma agenda para pacificar o país.

Quase mil empresas moçambicanas foram afetadas pelas manifestações pós-eleitorais, com um impacto na economia superior a 32,2 mil milhões de meticais (480 milhões de euros) e 17 mil desempregados, segundo estimativa apresentada em fevereiro pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).

De acordo com o levantamento feito pela CTA, foram afetadas de “forma direta” pelas manifestações e agitação social que se seguiu às eleições gerais de outubro 955 empresas, em que 51% “sofreu vandalizações totais e/ou saques de mercadorias”.

observador

observador

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow