Degeneração macular úmida: pesquisa leva a terapias inovadoras para pacientes

Imagine um pequeno "reservatório" implantado no olho, capaz de liberar continuamente o medicamento que o preenche. Chama-se Sistema de Liberação Portuária e foi projetado para a liberação sustentada de ranibizumabe, um anticorpo monoclonal aprovado pela EMA como injeção ocular mensal para o tratamento da degeneração macular relacionada à idade (DMRI), bem como de outras doenças da retina. Já em fase de testes há vários anos, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) está avaliando o pedido de autorização de comercialização para este inovador sistema de liberação, que reduziria significativamente a carga sobre pacientes e profissionais de saúde, já que ele só precisa ser reabastecido uma vez a cada seis meses.
Este é um dos dois novos desenvolvimentos anunciados pela empresa farmacêutica Roche durante o congresso Euretina, que ocorreu em Paris de 4 a 7 de setembro. O outro diz respeito aos resultados de um estudo de longo prazo sobre a eficácia e a segurança do faricimab, outro anticorpo monoclonal já aprovado pela EMA para o tratamento de doenças não-DMRI, bem como para outras doenças da retina.
O que é degeneração macular relacionada à idade?A degeneração macular relacionada à idade (ou degeneração macular senil) é uma doença que pode prejudicar gravemente a visão e estima-se que afete mais de um milhão de pessoas na Itália. Ela se apresenta em duas formas: úmida (ou neovascular) e seca. Esta última tende a progredir muito lentamente, enquanto a primeira requer tratamento o mais rápido possível. Em ambos os casos, a parte da retina afetada pela doença é a parte central, chamada mácula, que nos permite distinguir detalhes e cores. A degeneração macular leva à perda gradual da visão central, enquanto a visão periférica permanece intacta.
Na forma úmida, o dano se deve à vascularização excessiva da mácula, ou seja, à proliferação e permeabilidade excessivas dos vasos sanguíneos nessa área. Isso leva ao vazamento de fluido e, como resultado, à inflamação e ao inchaço dessa parte da retina.
Prolongue os intervalos de tratamentoAs terapias contra a forma de progressão mais rápida (úmida ou neovascular) visam reduzir a vascularização e a permeabilidade vascular, visando proteínas específicas. O faricimabe, por exemplo, inibe a angiopoietina-2 (Ang-2) e o fator de crescimento endotelial vascular-A (VEGF-A). Como mencionado, trata-se de um anticorpo monoclonal já aprovado pela EMA, que é injetado no olho inicialmente uma vez por mês. Um estudo de dois anos (que envolveu mais de mil pacientes que já haviam concluído um dos dois ensaios de fase III deste medicamento) testou a possibilidade de estender os intervalos entre as injeções com base nos níveis de fluido retiniano e na acuidade visual de cada participante.
Após até 4 anos de tratamento com faricimabe, quase 80% dos pacientes estenderam os intervalos de tratamento para três ou quatro meses. O medicamento foi bem tolerado e os dados de segurança foram consistentes com os de estudos anteriores.
Dados de estudos de miniportosComo mencionado anteriormente, a EMA está atualmente avaliando o pedido de autorização de comercialização do Sistema de Administração Portuária (PDS) para a liberação prolongada de uma formulação personalizada de ranibizumabe. Semelhante ao faricimabe, esta formulação também atua inibindo o VEGF-A. De acordo com os resultados de três estudos clínicos — um dos quais é um estudo de longo prazo atualmente em andamento — a administração via PDS pode permitir a preservação da visão em longo prazo em pacientes. Metade dos pacientes manteve 50% de acuidade visual em sete anos, e aproximadamente 95% daqueles que receberam tratamento a cada seis meses não precisaram de injeções adicionais entre as doses.
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