Da literatura à arquitetura: um mergulho na utopia urbana em Orléans

O Centro Charles Péguy em Orléans (Loiret) acolhe neste verão e até novembro uma exposição dedicada às "cidades ideais, do século XIX ao XXI", em parceria com o Fundo Regional de Arte Contemporânea. Um manuscrito de Charles Péguy inaugura a exposição. Intitulado "Marcel, Primeiro Diálogo da Cidade Harmoniosa", este texto é datado de 1896.

O escritor, nascido em 7 de janeiro de 1873, no número 50 da rue du Faubourg-Bourgogne, em Orléans, em uma família modesta , escreveu-o quando era estudante. Ele retoma a ideia de utopia introduzida na França por François Rabelais. Ele se pergunta: como construir uma cidade ideal mantendo-se no espírito de lugares que não são alcançáveis e que permanecem no reino do pensamento?

Mas, ao longo dos séculos, o raciocínio acabará por conduzir a realizações concretas, desde o século XIX com o falanstério de Charles Fourier, depois o familistère de Jean-Baptiste Godin , antes de se materializar em vastos projetos arquitetônicos no século XX: na França com Le Corbusier e Renée Gailhoustet ou mesmo nos Países Baixos com o arquiteto italiano Gian Piero Frassinelli.

A exposição explora a ideia de utopia urbana, partindo do pensamento literário e estendendo-se à experimentação arquitetônica. Isso explica a parceria com o FRAC Centre-Val de Loire. A questão da utopia ocupa um lugar muito importante em suas coleções. As maquetes e desenhos ressoam com os textos e manuscritos do Centro Charles Péguy.

A exposição apresenta uma coleção de arquivos, obras, plantas e desenhos, modelos e vídeos das coleções patrimoniais da mediateca de Orléans, do Centro Charles Péguy, do Fundo Regional de Arte Contemporânea e de outras instituições parceiras.

Prática: a exposição "Cidades Ideais? Escrever, Desenhar e Viver na Utopia do Século XIX ao XXI" pode ser visitada até 8 de novembro de 2025, de terça a sábado, das 14h às 18h, no Centro Charles Péguy, 11, rue du Tabour, em Orléans.